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a exposição virtual :
" Nossa História revelada em imagens"
Museu Histórico Municipal de Feliz/RS
Esta exposição apresenta, de forma virtual, imagens selecionadas do acervo fotográfico do Museu Histórico Municipal de Feliz /RS. É uma produção cultural contemplada pelo FAC Digital RS, edital de fomento à cultura do Governo do Estado do RS em parceria com a FEEVALE.
Ficamos muito felizes por você ter visitado este site. Sinta-se convidado a explorar o nosso Museu, onde terá a chance de expandir seu conhecimento, através de nosso acervo.
Exposição Virtual:
"Nossa História Revelada em imagens"
Museu Histórico Municipal de Feliz /RS

Fragmento Mapa do Município de São Sebastião do Caí - 1875
O ano era 1846. Para o ingresso dos imigrantes sentido encosta da serra e a serra , usou-se a navegação fluvial até Porto Guimarães (hoje município de São Sebastião do Caí) e após até Picada Feliz (hoje município de Feliz), que se prolongava até as nova colônias. Esta se converteria em uma importante via comercial.
Fonte imagem: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami

Mapa da Picada Feliz com a divisão dos lotes, elaborado pelo agrimensor Brummer Ernest Müzell e pelo engenheiro Albert Jahn, em 1870.
Picada Feliz, se estendia das margens do Rio Caí até a encosta da Serra. Colonizada por alemães entre 1846 a 1854 estava dividida em dois povoados Santo Inácio, ao alto, e Santa Catarina, junto ao passo do Rio.
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Imigrantes em suas primeiras moradias
"[...] ainda não sentimos necessidades pois comemos carne e pão todos os dias . O pão que nós temos é como o pão branco da Alemanha e o trabalho aqui não é como se acredita na Alemanha: quando é quente sentamos na sombra de 3 a 4 horas e aí podemos realizar nossas tarefas, porque temos tudo ao alcance das mãos.
Trechos de carta escrita por Ludwig Geiss - em 29/12/1857 - Kautenbach (Feliz-Arroio Feliz), para seus parentes em Nohfelden

Planta de colonização de particulares, no Rio Caí.
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"Nossa História Revelada em imagens"
Museu Histórico Municipal de Feliz /RS

A religião
A adaptação da cultura e do modo de vida dos imigrantes a nova moradia, foi fator crucial para que os núcleos coloniais prosperassem. A comunicação, por meio dos dialetos em língua alemã, foi uma das principais características mantidas, como também a alimentação, a arquitetura o lazer e a religião.
Os grupos de colonos que, chegavam ao local onde fixariam a sua moradia, buscavam se organizar em relação ao credo praticado. No centro do vilarejo, que aos poucos se formava, era edificada a primeira capela e após outros pontos de coletividades como o salão de festas, a venda e o cemitério. Não sendo diferente em Picada Feliz/Linha Feliz, a primeira Igreja Católica surge em 1867. Anos mais tarde, o templo é refeito em alvenaria, o primeiro desse tipo no Vale do Caí.
Em 1875, é a vez da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. O templo luterano foi construído sem torre e sem sinos, pois a religião oficial no Império era o catolicismo, e as demais confissões não podiam ser oficializadas.
Referências Bibliográficas:
https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/1551/1/2016SimoneElisaWeber.pdf
WEISSHEIMER, Egídio. Os pioneiros da Picada Feliz. Porto Alegre, 2010. 116 p.

Igreja Evangélica Luterana – 1946 (Igreja Evangélica de Feliz) Os sinos foram presente da “Bochumer Verein” da Alemanha.

Caixeiro Viajante
Presença marcante no comércio de Feliz, o “Mustereiter” – o Cavaleiro do Mostruário. Era responsável pela divulgação das novidades no mundo do Comércio. Representante de importantes empresas de outras cidades, este percorria as picas, vilas e pequenas cidades do interior no lombo do burro. Na garupa ia o “stvrisack”- o peçuelo, uma mala de couro ou de brim riscado repartida ao meio, onde levava o mostruário.
O “Mustereiter” era uma pessoa bem conceituada na colônia pois ele sabia das novidades, estava a par dos principais acontecimento políticos, econômicos e sociais. Sendo ele capaz de informar, como exemplo, se “obs noch mol bald krich gibt”- se em breve haveria guerra.

No dia 11 de março de 1900, é inaugurada a ponte de ferro sobre o rio Caí. A obra foi financiada pelos próprios colonos, que reuniram recursos para importar a ponte da Bélgica, onde era usada em uma ferrovia.
A cidade muda de nome no ano de 1903: o ato municipal de 31 de outubro determina que o distrito de Santa Catarina da Feliz receba a denominação de Júlio de Castilhos.
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"Nossa História Revelada em imagens"
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O médico austríaco Gabriel Schlatter transforma um armazém colonial no Hospital Santa Catharina de Feliz, primeiro do gênero no Vale do Caí no ano de 1909.
A imagem: Aos fundos a casa/hospital, em primeiro plano, a construção do novo Hospital Schlatter, concluído em 1950.
Fonte:
MENDONÇA, Renato. Hospital Schlatter. Porto Alegre: independente, 2010. 160p.

Educação
No início da colonização europeia, na Província do Rio Grande do Sul, não havia um sistema escolar público para atender as regiões recém-colonizadas. O Império brasileiro e a Província não resolveram essa urgente necessidade, a escola era algo totalmente ausente, fator que motivou os colonos a discutir alternativas para educação de seus filhos.
No princípio, o ensino era junto à família. Mais tarde, um colono com maior conhecimento no campo das
letras e dos números, assume o ensino na comunidade. Entre os anos 1846 e 1850, Picada Feliz recebe as primeiras escolas paroquiais católicas - Pfharschule e evangélicas – Deutsche Evangelische Schule, sendo que o ensino era todo ele transmitido em alemão.
Imagem: Pharrshuhle de Feliz década de 30/40. Entre os alunos, o professor José Rücker
Fonte: Maria Romana Winter Selbach e Dulce Maria Simon Ruschel
Imagem: Livro “Alto feliz e os ecos de sua História”

Deutsche Evangelische Schule – Obere Feliz- 1916

Economia agrícola
Nos primeiros tempos de colonização, os imigrantes ficaram abandonados a sua própria sorte, uma vez que o governo não cumpria com a sua promessa de assistência. Logo, esses imigrantes dedicaram-se a agricultura de subsistência, plantando milho, trigo, mandioca, batata doce....
Durante 70 anos a plantação de feijão constituiu a principal fonte de renda. O Vale do Caí foi o maior produtor de feijão preto do Brasil até o final do Séc. XIX. No limiar do séc. XX a ferrugem e a crescente produção em outros estados concorreram com o nosso produto, diminuindo a produção desse cereal. Em substituição, os agricultores iniciaram a produção de alfafa, sendo Feliz, distrito de São Sebastião do Caí onde essa cultura mais se desenvolveu.
Imagem: Plantação de alfafa, no bairro Vila Rica em 1932.
Fonte: ASSMANN,Beatriz Edelweis. Feliz ontem e hoje. 4.ed. Feliz: São Miguel, 2020.200p.
WEISSHEIMER, Egidio. Os Pioneiros da Picada Feliz. Porto Alegre: 2010. 117 p
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Museu Histórico Municipal de Feliz /RS

Lavra-se a ata de fundação da Deutscher Shützenverein, a Sociedade Alemã de Tiro de Feliz, no ano de 1890. O objetivo é estabelecer local apropriado onde se pudesse cultivar o idioma, o canto, a música, o teatro e as diversões de costumes alemães.
Imagem: Vencedores de uma competição de tiro ao alvo da "Deutsche Schutzenverein" - Sociedade Alemã de Tiro ao Alvo. Hoje, SOCEF. O Rei ( centro ) é Guilherme Weissheimer. À direita, o 1* cavaleiro, é Pedro Ruschel. São os avós de Dolores Ruschel Schuh O cavaleiro da esquerda é Jacob Bohn

Estatuto Estatuto da Sociedade Esportiva Feliz – 1917.

Em 1910 Inaugura-se o Hotel Ruschel, de Jacob Ruschel, que servia também de centro de reuniões para a comunidade. Antes disso, as famílias acolhiam os tropeiros em suas residências, enquanto a boiada recolhia-se junto aos campos.

Feliz sempre foi fiel ao gosto pela música trazida pelos imigrantes. Um dos destaques era o Grupo Coral Schubert (Gruschu), que tinha Adalberto Rücker como regente e Doris José Schlatter e Irene Ruschel como pianistas do conjunto. Sentada ao piano, Maria Luiza Ruschel. O Liederkranz (Roda de Cantos), regido por Willy Hohengräff, também servia como momento de confraternização da comunidade.
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O lazer
O Rio Caí, faz parte da memória coletiva dos felizenses. E isso não se deve somente a importância econômica, mas também, evidencia-se que vida da cidade estava voltada para o rio até meados de 1970.
Nas imagens: Trampolim e vestiários ao longo do Rio Caí – Décadas de 1950/1960.

Estatuto Estatuto da Sociedade Esportiva Feliz – 1917.

Além do trampolim, o Rio Caí, na cidade de Feliz, também foi cenário de passeios de canoa e encontros/piqueniques ao longo do vão da Ponte de Ferro.

1950 – Melhorias no Hospital Schlatter : a capacidade é ampliada de 12 para 25 leitos. Além disso, são inaugurados serviço de raios X e moderna sala de cirurgia. A fachada e as laterais do prédio assumem o estilo decorativo do enxaimel, característico da arquitetura alemã.
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